Está à procura de um imóvel para venda em Lisboa para chamar de seu, mas não sabe como funciona o sistema de saúde português? Consulte o nosso guia completo sobre o sistema de saúde em Portugal.
A pandemia do coronavírus trouxe uma nova perspectiva sobre inúmeras questões - destacando a importância da família e dos amigos e nos forçando a nos adaptar a novas formas de trabalhar e viver. A crise da COVID-19 também evidenciou a necessidade de priorizar os cuidados com a saúde ao considerar uma mudança internacional.
Portugal oferece inúmeras razões irresistíveis para se tornar o seu lar, desde a incomparável qualidade de vida e o custo de vida surpreendentemente acessível até às praias de fácil acesso e à deslumbrante paisagem rural. Além disso, Portugal conta com um sistema de saúde de excelência – embora, é verdade, seja necessário algum conhecimento privilegiado para navegar por ele eficientemente.
"Portugal está absolutamente ao mesmo nível de qualquer outra potência europeia ou dos Estados Unidos em termos de qualidade geral dos cuidados de saúde", afirma o Dr. Pedro Mata, imunologista lisboeta e diretor do Instituto Clínico de Alergologia da capital, acrescentando que "Portugal continua a ser um país 'latino', onde o mais importante é a relação humana. Por isso, encontrar um bom médico de família – alguém experiente, bem conectado e com quem se sinta à vontade – é fundamental. Sem esse 'conselheiro interno', as pessoas que desconhecem o sistema podem encontrar algumas dificuldades. Um bom médico de família ajudará a evitar esses obstáculos e, provavelmente, tornará tudo mais fácil do que seria em praticamente qualquer outro país do mundo."
Parte da complexidade reside no sistema tripartido do país, que inclui o Sistema Nacional de Saúde (SNS), que fornece cuidados de saúde básicos universais a todos os residentes em território português, independentemente da nacionalidade ou situação de imigração; as seguradoras e prestadores de cuidados de saúde privados; e os médicos particulares, que exercem sem qualquer vínculo com seguradoras privadas.
Fundado no final da década de 1970, após o regime autoritário de Salazar, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ajudou Portugal a sair do seu longo período de isolamento e atraso, integrando-se no contexto europeu. A expectativa de vida no país aumentou significativamente após a criação do SNS e - com uma média de 81,75 anos em 2020 - Portugal está atualmente entre os países com maior longevidade do mundo.
Embora o SNS garanta atendimento emergencial a qualquer pessoa, para utilizar o sistema regularmente, os cidadãos estrangeiros com residência legal em Portugal precisam obter um Número de Utente junto à Unidade de Saúde da Família mais próxima de sua residência. Os documentos necessários incluem, geralmente, a autorização de residência e o Número de Identificação Fiscal (NIF). Enquanto os custos de tratamento pelo sistema público são mínimos (a maioria das consultas de rotina custa apenas 4,50 euros), estrangeiros sem Número de Utente precisam pagar pelo atendimento. Mesmo assim, os valores são muito inferiores aos praticados nos Estados Unidos em situações semelhantes, com procedimentos como cirurgias de emergência custando centenas - e não milhares - de euros.
As medidas de austeridade impostas durante a crise financeira de 2010-2014 resultaram em cortes significativos de pessoal no SNS, cujos efeitos ainda são sentidos hoje. Como consequência, o sistema enfrenta longos tempos de espera, levando cada vez mais famílias portuguesas com recursos financeiros a optarem pelo setor privado para um atendimento mais ágil. Os principais prestadores privados de saúde do país, como os grupos CUF e Hospital da Luz, costumam ter convênios com seguradoras privadas, cobrindo procedimentos realizados em suas unidades. Os planos de saúde privados têm preços bastante acessíveis, especialmente quando comparados aos dos Estados Unidos, com consultas a especialistas credenciados custando uma taxa fixa de aproximadamente 35 euros, dependendo da seguradora e do plano. O Dr. Mata sugere optar por um plano que priorize a cobertura hospitalar em vez das consultas de rotina, já que estas têm preços geralmente acessíveis, e não estar vinculado a uma rede específica permite maior agilidade e flexibilidade no atendimento às necessidades específicas de saúde.
O Dr. Mata recomenda escolher um plano que priorize a cobertura hospitalar em vez das consultas de rotina, já que as consultas médicas têm geralmente preços bastante acessíveis. Além disso, não estar vinculado a uma rede específica oferece maior agilidade e flexibilidade para atender às necessidades específicas de saúde.
"Embora muitos não ofereçam as condições mais luxuosas, os hospitais públicos em Portugal conseguem atender praticamente qualquer situação de emergência de forma adequada, a qualquer hora do dia e em qualquer dia do ano, com resultados equivalentes aos de qualquer país desenvolvido", afirmou o Dr. Mata. "O desafio é que, nos hospitais públicos, a equipe está sobrecarregada, então você não receberá a mesma atenção personalizada. Eles farão seu trabalho com profissionalismo, mas você não terá o mesmo nível de cuidado e atenção que teria em alguns hospitais de outros países."
Isso contrasta significativamente com as instituições privadas do país.
"As condições nos hospitais privados são excelentes e, de fato, podem competir com praticamente qualquer hospital da Europa ou dos Estados Unidos", afirma o Dr. Mata. Para os pacientes que buscam atendimento em hospitais privados portugueses, o segredo está em identificar a instituição especializada na área desejada. Como a maioria dos hospitais privados não mantém especialistas de todas as áreas disponíveis todos os dias da semana, os pacientes que procuram um especialista específico podem precisar aguardar.
Em Lisboa
No Porto
Existem também médicos particulares sem vínculo a seguradoras - como o próprio Dr. Mata - que geralmente cobram entre 80 e 120 euros por consulta. A vantagem destes médicos independentes é que costumam dedicar significativamente mais tempo a cada paciente. (É importante ressaltar que praticamente todos os médicos e muitos enfermeiros em Portugal falam inglês, e uma parte considerável também fala francês, facilitando assim a comunicação com pacientes estrangeiros.)
"Em Portugal, pode-se realmente obter tratamento de excelência, especialmente quando se tem alguém experiente para orientar", afirmou o Dr. Mata, acrescentando que está a considerar criar um serviço de concierge para ajudar os novos residentes a compreender melhor o sistema de saúde português.
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